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A Grande Mudança

As pessoas estão usando massivamente as Redes Sociais, e não se deram conta dos malefícios que elas tem causado. Fora as mudanças que tem ocorrido nas relações sociais, um aspecto pouco conhecido é a forma como o cérebro tem sido afetado por estas tecnologias.

 

Uma profunda mudança está acontecendo no mundo. Como todas as outras mudanças que afetam empresas, indivíduos e sociedades, aparecem e ocorrem primeiro nos países mais desenvolvidos (EUA, Alemanha, China, etc.), e depois nos países periféricos (Brasil, Portugal, México, etc.).

No mundo organizacional, por exemplo, as mudanças ocorrem nas relações internas dentro das empresas, onde cada vez mais a estrutura hierárquica, milenar e tradicional, presente em organizações militares, governamentais, religiosas, entre outras, ou a estrutura matricial, muito utilizada em organizações orientadas a projetos, na indústria aeroespacial ou tecnológica, vem cedendo espaço a um novo modelo organizacional chamado de estrutura em redes.

Este novo modelo de estrutura em redes já vinha sendo estudado desde a década de 60 mas tomou corpo depois da consolidação da Internet, no início dos anos 2000. As redes sociais como as conhecemos hoje ainda estavam engatinhando e as redes de comunicação ainda eram restritas aos ambientes acadêmicos nas universidade, de alta tecnologia, e mesmo assim dentro das empresas. Começava a se cogitar a integração de empresa com empresa, ainda com uma visão pautada pelo sigilo, confidencialidade e segurança (ou falta de) no controle de dados.

 

Com o avanço da tecnologia computacional, processamento de imagem, sons, aumento da velocidade e integração entre diversos sistemas, viabilizou-se a expansão das redes numa escala quase que incontrolável, como vemos nos dias atuais.

Relações Humanas em Transição

Como não podia deixar de acontecer, também as relações humanas, as relações sociais e as relações profissionais acabaram sendo afetadas, e continuam sendo definidas dentro das novas regras e valores presentes neste "Mundo Novo".

De início, as pessoas descobriram e se maravilharam com os benefícios desta nova onda tecnológica, em termos de acesso a informações em grande quantidade e variabilidade. Num segundo momento, começou-se a perceber que o excesso de informações também trazia consigo muito lixo, em termos de qualidade discutível, baixo nível de acuracidade e pouca veracidade.

Cultura, valores e tecnologia caminham lado a lado, num ciclo continuo de influência mútua. A escola tradicional passa a não ser o único caminho para se adquirir, ou acumular conhecimento. De um lado torna o ensino mais "democratizado", de outro perde-se o formalismo muitas vezes necessário e essencial para algumas carreiras. Diversos cursos hoje são oferecidos pela Internet, por grandes e respeitadas Universidades ao redor do mundo.

Influências Fisiológicas

Outro aspecto muito pouco considerado, de início, foram as consequências fisiológicas do uso intensivo destas novas tecnologias, em nossa mente e corpo, como por exemplo o quanto está sendo afetado nosso cérebro, que hoje passa horas e horas à frente de um computador navegando e navegando, entre links e mais links, encontrando com nossos amigos nas redes sociais, com páginas e mais páginas e um zilhão de informações que não teremos condições de absorver ou aproveitar.

Neste aspecto, as crianças e jovens estão sendo mais afetados, e ainda poucos professores, médicos e cientistas estão se preocupando com isto. Um exemplo deste fenômeno, é a capacidade ampliada pela Internet que as crianças tem hoje para acessar uma grande quantidade de conhecimentos, muito mais do que em outras épocas recentes. Por outro lado, também esta facilidade de acessar as informações e conhecimentos (via Google, Bing ou outros mecanismos de pesquisa) a pequena capacidade de retenção destes mesmos conhecimentos por crianças e adolescentes, que depois de algumas semanas ou meses, não se lembram mais do que foi visto.

Empresas em transformação

Do ponto de vista das empresas, ainda é necessário que haja um modelo de relacionamento, evitando que as empresas percam suas identidades e esqueçam seus objetivos e missões. Para algumas, o melhor modelo desenvolvido para atividades e tarefas de alta complexidade onde a necessidade de coordenação de todos os envolvidos é crítica, é o modelo hierárquico.

 

Para outras, o modelo hierárquico não adere aos recém formados nas universidades ou com 2 ou 3 anos de experiência no mercado, mas que trazem na sua bagagem novos conhecimentos em novas tecnologias. Estes rivalizam, não aceitam e batem de frente com os profissionais que já estão no mercado há mais tempo e acumularam muito conhecimento e experiência que não se consegue dentro de uma sala de aula: o conhecimento comportamental.

Muitas empresas ainda não se deram conta deste conflito de classes, dentro da empresa, mas esperam que haja uma mudança de foco: sai a concentração na técnica e na engenharia e entra a priorização do fator humano no trabalho. Assim sendo, a qualidade dos vínculos de cada individuo com a empresa, com o superior e com a equipe está em profunda mutação e precisa ser reconstruída, pois a reputação da organização e o valor percebido pelo cliente continuam dependendo de seus funcionários, colaboradores, parceiros.

Talvez o melhor modelo seja o híbrido que busca o equilíbrio entre a hierarquia e a rede. Hierarquia do conhecimento em detrimento da hierarquia industrial, neutralizando as características indesejáveis da organização em rede, como o caos, a falta de coordenação e de foco.

Percebemos que, com exceção das escolas com foco em cursos voltados exclusivamente para negócios, as escolas em geral, faculdades e universidades incluídas, independente da carreira a ser seguida, tem preparado e focado seus alunos exclusivamente para o conhecimento técnico dos cursos em questão (computação, engenharia, finanças, marketing, etc.) e muito pouco, ou quase nenhuma preocupação com a visão comportamental dos futuros executivos. Por exemplo, matérias como Filosofia, Retórica, Ética, que praticamente foram esquecidas e descartadas dos currículos oficiais.

O comportamento das empresas brasileiras pode ser visto como um reflexo do nível de ensino das escolas brasileiras, desde os níveis primários, passando pelos colégios, escolas técnicas e escolas de nível médio, até chegando às faculdades e universidades com os cursos de bacharelado, mestrados e doutorados.

Sabemos que é muito baixo, em geral, com as exceções raras de costume, que por consequência acabam refletindo no baixo nível também da gestão das empresas.

Este problema é mais sentido nas micro e pequenas empresas que não tem o aparato das médias e grandes empresas, que inclusive contam com executivos que podem completar sua formação com cursos no exterior e passando por uma fase de aprendizado em um país mais desenvolvido.

Gerações X, Y e Z

Neste momento vale a pena fazermos um retrospecto histórico-cultural-comportamental que nos ajudará com o entendimento de todas estas mudanças ocorridas nos últimos anos - vamos relembrar as gerações X, Y e Z.O termo Geração X foi utilizado para definir os jovens nascidos entre 1960 e 1980, que eram considerados muito rebeldes (para os padrões da época), sexualmente liberais, buscavam a individualidade sem a perda da convivência em grupo (movimentos Hippies), busca por seus direitos e procura da liberdade.

No caso da Geração Y, nascida entre 1980 e 2000, considera-se os nascidos em um mundo que estava se transformando em uma grande rede global, onde através da utilização massiva da Internet, emails, redes de relacionamento e recursos digitais fizessem com que esta geração tivesse centenas de amigos espalhados pelo globo digital da internet, sem ter que sair da frente de seus computadores. Esta geração está sempre conectada, procuram informação fácil e imediata, preferem computadores a livros, digitam ao invés de escrever, preferem relações virtuais do que as reais, compartilham tudo o que é seu: fotos, dados, hábitos, preferências.

 

Quando você achou que já tinha visto de tudo, chega a geração Z.  Os indivíduos desta geração comumente são nascidos a partir da década de 90. Esta geração está sempre disponível e conectada através de dispositivos móveis (Androids, iPad, iPhones, etc.), e a noção de grupo definitivamente passa a ser virtual, mudando a forma de comportamento e relacionamento social. A televisão passa a não ocupar o lugar central na sala da casa, reunindo a família no horário nobre. O rádio e equipamentos de som com capacidades multimídias ocupam seu espaço. Alguns consideram o Z de Zen, outros de Zap do controle remoto. Mas a característica que mais se destaca é uma forte preocupação com a sociedade, o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta.

 

Os novos executivos acabam sendo o fruto desta abundância de conceitos e forças invisíveis que ainda nem temos noção e conhecimento da abrangência e possibilidades de assimilação. Como cada uma destas gerações, e de outras que irão surgir, o comportamento dos executivos desta nova geração, que ainda está por ser escrito, vai e deve valorizar os preceitos descobertos e alçados pela geração Z.

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