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Inteligência Artificial, Emocional, Social, Analítica e de Negócios - Quais são as diferenças
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Por Paulo Pires da Silveira - Jan / 2022
Qual a diferença entre Inteligência Artificial, Inteligência Emocional, Inteligência Social, Inteligência Analítica e Inteligência de Negócios? Como elas afetam sua profissão, seus negócios e até sua vida pessoal?
Existem várias definições para a palavra "inteligência". Poderíamos defini-la como "Conjunto de funções psíquicas e psicofisiológicas que contribuem para o conhecimento, compreensão da natureza das coisas e o significado dos fatos", ou então "Capacidade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar o ambiente em que estamos e resolver problemas e conflitos e de se adaptar a novas situações".
É importante não confundirmos a palavra Inteligência com as palavras "Saber", "Sabedoria", "Conhecer", "Memorizar", "Memória", "Raciocinar", "Raciocínio" e outras palavras que nos remetem à "Inteligência", tem relação entre si, e podem ser entendidas como componentes do processo de se adquirir e desenvolver nossa inteligência.
Também, como tantas outras palavras de nossa língua (Portuguesa), ela é viva e está em constante evolução, podendo ser utilizada, corretamente em novos e diversos contextos, como por exemplo justamente no título deste artigo: Inteligência Artificial, Inteligência Emocional, Inteligência Social, Inteligência de Negócios e outras que provavelmente ainda irão ser criadas. Vamos entender definitivamente o que cada uma significa.
Comecemos pela Inteligência Artificial.
Inteligência Artificial
Segundo a Wikipédia, Inteligência artificial (por vezes mencionada pela sigla em português IA ou pela sigla em inglês AI - artificial intelligence) é a inteligência similar à humana exibida por sistemas de software. No mundo acadêmico, os cientistas e pesquisadores definem esse campo do conhecimento como "o estudo e projeto de agentes inteligentes", onde um agente inteligente seria um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso.
Este é um campo da ciência que tem se desenvolvido muito rapidamente, graças aos avanços tecnológicos nos campos da robótica, ciências de dados, linguagens de programação de 4.a geração (Python, Ruby, R entre outras), além de avanços disruptivos como a própria Internet, ou derivações dela como a sigla IoT (Internet of Things) - Internet das Coisas.
O Cinema que muitas vezes é a própria vanguarda do desenvolvimento humano, apresenta e antecipa conceitos e mudanças que irão posteriormente ser incorporados à nossa vida, tornando estes conceitos mais palatáveis, ou aceitáveis e normais para a população em geral, que na verdade acabam incorporando estes conceitos em sua vida de forma quase natural.
Já na década de 20 do século passado, ou seja há mais de 100 anos, uma obra prima do cinema, o filme alemão Metrópolis de Fritz Lang, antecipava em muito o conceito de Inteligência Artificial. No filme, na verdade, estão presentes mais conceitos juntamente com a Inteligência Artificial, como a mecanização do trabalho e até porque não dizer, a convivência humana com androides. O filme Metrópolis lançado em 1927, foi na época a mais cara produção até então filmada na Europa, e é considerado, por especialistas, um dos grandes expoentes do expressionismo alemão.
E-Books
Também foi uma obra-prima à frente do seu tempo, já que pode se dizer que continua atual. O roteiro, baseado em romance de Thea von Harbou, foi escrito por ela em parceria com Lang. Em 2008, foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte foi restaurada e acrescentada à versão conhecida.
Mais recentemente, na década de 80, outro filme de grande sucesso trouxe diversos termos e temas envolvendo tecnologia e Inteligência Artificial, que se tornariam comuns nas décadas seguintes. Tratava-se do filme Inteligência Artificial (2001 - Stephen Spielberg - cibernética), onde Spielberg colocou em evidência o tema da Inteligência Artificial, Robótica e princípios de Machine Learning, ou Aprendizado de Máquina, e a capacidade que poderia ter uma máquina, ou um robô, de aprender por conta própria.
Em resumo, quando falarmos de Inteligência Artificial, embora estejam implícitos e embutidos vários conceitos tecnológicos, o foco será a parte relacionada a construção, replicação ou simulação de Inteligência em máquinas, robôs, ou androides.
Inteligência Emocional
Agora, quando estivermos falando de Inteligência Emocional, saímos quase que totalmente do campo da tecnologia. A inteligência emocional é um conceito da psicologia usado para designar a capacidade do ser humano de lidar com as emoções. Isso inclui a capacidade de síntese, de intuição, compreensão da linguagem, música e gestos, entre outras.
Em 1983, Howard Gardner, em sua teoria das inteligências múltiplas, introduziu a ideia de incluir tanto os conceitos de inteligência intrapessoal (capacidade de compreender a si mesmo e de apreciar os próprios sentimentos, medos e motivações) quanto de inteligência interpessoal (capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos dos outros).
Na década de 1990, a expressão "inteligência emocional", tornou-se tema de vários livros (e até best-sellers) e de uma infinidade de discussões em programas de televisão, em escolas e mesmo em empresas. O interesse da mídia foi despertado pelo livro "Inteligência emocional", de Daniel Goleman, redator de Ciência do The New York Times, em 1995. Segundo Goleman, o controle das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo.
A Inteligência Emocional é um campo de estudo que pode ser definido como as possibilidades do ser humano de aprender a lidar com as próprias emoções e usufruí-las em benefício próprio. Aprender, também, a compreender os sentimentos e comportamentos do outro. Sua essência se dá quando conseguimos conciliar o lado emocional e racional do cérebro, neutralizando as emoções negativas, as quais produzem comportamentos destrutivos e, então, potencializa as emoções positivas para gerar os resultados desejados.
Inteligência Social
Inteligência Social, é um dos tipos de Inteligência definidos na Teoria das Inteligências Múltiplas, teoria desenvolvida a partir da década de 1980 por uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, buscando analisar e descrever melhor o conceito de inteligência. Gardner afirmou que o conceito de inteligência, como tradicionalmente definido em psicometria (testes de QI) não era suficiente para descrever a grande variedade de habilidades cognitivas humanas.
Faria sentido dizermos que homens brilhantes como Isaac Newton ou Albert Einstein, seriam mais, ou menos inteligentes do que Beethoven, Mozart ou Eddie Van Halen? Desse modo, a teoria das Inteligência Múltiplas afirma que uma criança que aprende a multiplicar números facilmente não é necessariamente mais inteligente do que outra que tenha habilidades mais fortes em outro tipo de inteligência. A criança que leva mais tempo para dominar uma multiplicação simples,
(a) pode aprender melhor a multiplicar através de uma abordagem diferente;
(b) pode ser excelente em um campo fora da matemática; ou
(c) pode até estar a olhar e compreender o processo de multiplicação em um nível profundo.
Esta teoria ainda não é uma unanimidade do mundo acadêmico, havendo concordâncias e discordâncias, mas o conceito está evoluindo e ganhando cada vez mais adeptos.
Segundo esta teoria, existem nove tipos de inteligência nos seres humanos: Lógica matemática, Linguística, Musical, Espacial, Corporal-cinestésica, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista e Existencial.
Segundo Daniel Goleman, a Inteligência Social ou Interpessoal (da Teoria das Inteligências Múltiplas) consiste da percepção social (incluindo empatia, compatibilidade, inteligência emocional e cognição social) e faculdades sociais (incluindo sincronicidade, autoapresentação, influência e atenção ao outro). Inteligência social ou inteligência interpessoal é a habilidade de entender e reagir adequadamente a seu meio social e desenvolver relações saudáveis e produtivas.
Inteligência Analítica
Inteligência Analítica, traduzida do inglês Analytics, é a análise computacional sistemática de dados ou estatísticas. É usado para a descoberta, interpretação e comunicação de padrões significativos em dados. Também envolve a aplicação de padrões de dados para uma tomada de decisão eficaz.
A inteligência analítica pode ser definida também como a abordagem sistêmica, matemática e estatística de todos as informações disponíveis por intermédio de dados, a transformação destes dados em informações compreensíveis para um público sem formação técnica, ou computacional, para geração de resultados consistentes e estratégias de negócios para as empresas, ou insumos ou insights para o desenvolvimento científico.
Com a Inteligência Analítica os Cientistas de Dados conseguem decodificar o imenso oceano de informações armazenadas em centenas de milhões de servidores de dados, distribuídos e armazenados na Nuvem (Cloud) global de computadores conectados através da Internet, e transformá-los em informações que poderão ser utilizadas posteriormente. Esta imensidão de informações armazenadas em bytes, e espalhada ao redor do globo, a partir de 1.997 passou a ser conhecida como "Big Data". Ao longo das últimas décadas, a quantidade de dados gerados tem crescido de forma exponencial, mas este é tema para outro artigo, dado a imensa quantidade de informações que você terá acesso neste outro artigo.
Lembrando que, seu pequeno aparelho celular (móbile), é um servidor de dados e provavelmente está conectado nesta Nuvem Global. Só o Google, em 2.010, possuía mais de 1 milhão de servidores espalhados em milhares de Data Centers ao redor do globo.
A decodificação da imensa quantidade de dados do Big Data é feita através de algoritmos estatísticos, alguns deles com a capacidade de aprender, ou melhorar, a cada vez que ele é executado. Aqui também temos contato com outro termo cada vez mais usado no mundo digital, que é o Aprendizado de Máquina, do inglês "Machine Learning".
É por conta deste aprendizado de máquina, voltamos ao início de nosso artigo, que seria a robótica, com os autômatos, androides ou simplesmente robôs, que aplicam cada vez mais em nosso dia a dia, o Aprendizado de Máquina para tornarem-se cada vez mais próximos do ser humano.
Inteligência de Negócios
Muito semelhante à Inteligência Analítica podendo muitas vezes ser usado como sinônimo, o termo Inteligência de Negócios, também conhecido pelo termo em inglês, Business Intelligence, pode ser compreendido como a aplicação dos conceitos de Inteligência Analítica, Internet das Coisas, Big Data, Cloud Computing e termos correlatos, nas estratégias empresariais, visando potencializar, escalonar ou simplesmente melhorar de forma consistente os resultados estratégicos, gerenciais e operacionais das empresas.
Por conta deste larga abrangência de conhecimentos, os profissionais que atuam nesta área, os Analistas, Engenheiros, Especialistas ou Consultores de Inteligência de Negócios, não tem uma formação exclusivamente técnica, podendo vir de vários segmentos como Administração, Finanças, Vendas, Produção, Marketing, Recursos Humanos, Informática entre outras.
Aqui encontramos as maiores oportunidades, pois estão presentes em diversas áreas de negócios e segmentos, ou campos de estudo como:
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na Saúde com desenvolvimento de remédios, vacinas e tratamentos estatisticamente melhores para os pacientes
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no Agro business com melhores técnicas para produção de alimentos
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na área Financeira, com a aplicação de algoritmos para encontrar os melhores investimentos disponíveis
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na área Comercial, identificando de forma estatística, quais os melhores produtos, ou produtos mais rentáveis a serem vendidos
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na área de Produção animal, com a monitoração da cadeia produtiva do leite, gerando indicadores para garantia da qualidade do alimento
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nas redes sociais, fazendo a medição dos termos e assuntos de interesse ao negócio das empresas, e atingindo o público desejado para atingir os objetivos estratégicos da empresa.
Desta forma, aprendemos que todos os termos relacionados à Inteligência do título do artigo, não são a mesma coisa, mas tem alguma relação entre si, podendo ser utilizados juntamente, ou não, dependendo do contexto e necessidade que estiverem sendo usados.