Rotatividade do trabalhador brasileiro é muito alta
Mais de 40% dos trabalhadores brasileiros não chegam a completar um ano na mesma empresa. Estudo do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro indica que uma das razões para a alta rotatividade está na legislação.
A maior probabilidade de um empregado ser dispensado ocorre aos três meses de trabalho, quando termina o contrato de experiência. Os outros dois momentos em que mais ocorrem demissões, quando o funcionário ganha direito ao seguro-desemprego, e antes de um ano, pois após esse prazo, o desligamento passa a ser homologado pelos sindicatos. O indício é que nesses dois casos , os funcionários peçam para ser demitidos para ter acesso aos benefícios - além do seguro-desemprego, a dispensa sem justa causa permite o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
1 – Os três (3) momentos que ocorrem mais demissões são:
-
3 meses
Fim do contrato de experiência
-
6 meses
Prazo mínimo de trabalho para que o funcionário tenha direito ao seguro-desemprego em caso de
demissão sem justa causa
-
11,5 meses
Prazo limite para dispensa sem homologação nos sindicatos, procedimento que eleva a chance de a
empresa ser fiscalizada
2 – Aumento de empregos formais foi acompanhado por crescimento da rotatividade
Nos últimos dez (10) anos o aumento no número de empregos formais foi acompanhado pelo crescimento da rotatitividade de mão de obra.
3 – Consequente aumento dos gastos públicos
Uma das consequências é o aumento dos gastos públicos com o pagamento de seguro-desemprego, que cresceram cinco vezes desde 2013.
Conclusão: As regras trabalhistas supostamente deveriam proteger os empregos. Na prática, elas estimulam a rotatividade, especialmente quando o mercado de trabalho está aquecido.
Fonte: Exame - Flávia Furlan